quinta-feira, 15 de novembro de 2012

TRABALHO PROMOVE INTERCÂMBIO ENTRE EDUCANDOS DA EJA E DO FUNDAMENTAL DE TRÊS ESCOLAS ATRAVÉS DA TROCA DE CARTAS

Alunos da EMEF Paulo VI recepcionam colegas da 
EMEF Carlos Drummond de Andrade


O professor Joaquim Kuelen Oliveira Gonçalves, da EJA da Escola Paulo VI, e que ministra aulas também nas escolas Carlos Drummond de Andrade e Rio Grande do Sul, desenvolve o trabalho "O uso das cartas como artefato cultural: os intercâmbios produzindo identidades discentes".


Como educador da área de linguagens, o professor enfatiza:
"O aluno se sente constrangido ao produzir textos somente direcionados para seu professor. É como se este profissional fosse visto apenas como detector de erros e nunca como um estimulador de ideias. Ao contrário, quando está em casa ou numa lan house, o educando se sente em situação  confortável, em horas intermináveis, se comunicando em sítios de relacionamento. Os estudantes compõem uma parcela considerável de navegadores nesta nuvem chamada internet. Tendo em vista a gana de conhecer outras pessoas, por que não fazer de conta que a era da internet não chegou e fazer com que o alunado se conheça através do método tradicional de intercâmbios de cartas?".


As cartas versaram sobre os mais variados temas: identidade, bairro, time do coração, vocação profissional, origem de seus nomes, tipo de estudante, férias, professores, e outros, sempre com um mínimo de 10 linhas por carta. Para Joaquim, "ao longo de toda a história e apesar de toda a tecnologia, a escrita da carta ainda resiste".

Entre os objetivos de seu trabalho destaca: "cultivar novas amizades, diminuindo o preconceito entre os moradores de distintos bairros; fazer com que o aluno perca o medo e a vergonha e sinta prazer de produzir textos; dar significado ao ato de ler e escrever e, ampliando os horizontes geográficos, sufocar ou até mesmo erradicar o preconceito que há entre as comunidades, pois este mesmo sentimento negativo faz nascer e fortalecer os bondes/gangues que só pregam noções de domínio de território e sentimento belicista contra os jovens de outros bairros".


Joaquim percebeu que as meninas tendem a escrever mais, são mais detalhistas e estão mais interessadas na amizade do que na paquera, ao contrário dos meninos, mais concisos, com menor desenvoltura para escrever e procurando mais a paquera do que a amizade. "Infelizmente, a preocupação com a aparência também é muito forte".
Por ocasião do primeiro encontro de confraternização (27/10) na EMEF Paulo VI, "surpreendentemente, muito mais que os alunos da manhã, os alunos da EJA se empenharam e foram receptivos aos visitantes". Agora, os alunos da escola Drummond já estão arquitetando planos para receberem os anfitriões no final de novembro.









Um comentário:

  1. Bem interessante, vejo seguidamente os alunos com bilhetes, trocando suas ideias durante a aula. Assim com essa sugestão do Prof Joaquim, os alunos se sentem importantes e ao mesmo tempo exploram a produção textual. Ótima ideia!

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